Que os cristãos, tomando consciência da situação calamitosa dos povos que sofrem a fome e a sede, se tornem mais solidários para com esses irmãos.
1. «Vinde, benditos de meu Pai (…). Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber…» (Mt 25, 34-35).
«Dar de beber, nem que seja um copo de água fresca, aos ‘pequeninos’ é gesto que não será esquecido pelo Senhor Jesus Cristo (cf. Mateus 10, 42; Marcos 9, 41).
Pelo contrário, cada ser humano que se encontra na penosa situação de ter sede torna-se sacramento da presença de Jesus Cristo e interpela a responsabilidade de quem tem a possibilidade de dessedentá-lo (cf. Mateus 25)»
A Escritura elabora assim uma compaixão pelo corpo que se exprime em ordens («Reparte as tuas vestes com os nus»: Tb 4,16), que se conta entre os atributos da justiça («O justo … cobre [de roupa] o nu»: Ez 18,5.7.16), que toma a peito uma prática de jejum autêntica («O jejum que me agrada é este … vestir os nus»: Is 58,6-7). O ato humano de vestir os nus funda-se, segundo a Bíblia, no gesto original do próprio Deus, que cobriu a nudez humana, preparando as roupas e depois vestindo Adão e Eva, após a sua transgressão: «O Senhor Deus fez a Adão e à sua mulher túnicas de peles e vestiu-os» (Gn 3,21).
«A expressão ‘dar pousada aos peregrinos’ refere-se à prática de acolher quem está a fazer uma peregrinação. Não é por acaso que as obras de misericórdia, tais como dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede […], foram muitas vezes representadas nas igrejas situadas ao longo dos itinerários das grandes peregrinações, para estimular a caridade ativa para com os peregrinos» (Luciano Manicardi).
Este cuidado caridoso ao enfermo também merece a recompensa da misericórdia divina, bem como a aprovação das palavras de Jesus que diz: “O Rei dirá aos que estão à direita: – Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque eu era enfermo e vós me visitastes. Perguntar-lhe-ão os justos: – Senhor, quando foi que tu estavas enfermo e nós te visitamos? … Responderá o Rei: – Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.(Mt 25, 34 e SS)
Consiste em visitar os presos e prestar-lhes não só ajuda material, mas também assistência espiritual que lhes sirva para melhorar como pessoas, emendar-se, aprender a desenvolver um trabalho que lhes possa ser útil quando terminarem o tempo que lhes foi imposto pela justiça, etc.
Significa também resgatar os inocentes e sequestrados. Em tempos antigos os cristãos pagavam para libertar escravos ou se trocavam por prisioneiros inocentes.
Cristo não tinha lugar onde repousar. Foi um amigo, José de Arimateia, que lhe cedeu o seu túmulo. Mas, não apenas isso, teve a valentia para se apresentar ante Pilatos e pedir-lhe o corpo de Jesus. Nicodemos também participou e ajudou a sepultá-lo. (Jo 19, 38-42)
Enterrar os mortos parece um mandato supérfluo, porque, de facto, todos são enterrados. Mas, por exemplo, em tempo de guerra, pode ser um mandato muito exigente. Por que é importante dar sepultura digna ao corpo humano? Porque o corpo humano foi morada do Espírito Santo. Somos templos do Espírito Santo (1 Cor 6. 19).